
http://barrasdecaranova.blogspot.com/2013/02/o-jornalista-arimateia-azevedo-se.html
O jornalista Arimatéia Azevêdo se explica:
A reação extemporânea da juíza Zelvânia Márcia com este jornalista por
conta de publicação sobre supostas irregularidades no Juizado de Barras
remete à leitura de recente editorial do jornal Estadão “Afronta à
Constituição, quando sublinha que “o direito à livre expressão,
consagrada na Constituição, tem sido ignorado em sucessivas decisões de
juízes de primeira instância, tomadas principalmente contra veículos de
comunicação”. A juíza ameaçou processar este colunista sem ao menos
buscar nuances dos fatos divulgados deixando que a Corregedoria Geral do
TJ e a OAB assumissem o que ela deveria ter feito, apurar e tomar as
devidas providências. Ela fez o contrário, achando que o melhor seria
intimidar, e agora se tornou alvo das investigações. No editorial, o
jornal relembra que “a banalização do uso de instrumentos judiciais para
impedir a livre circulação de idéias e informações levou Carlos Ayres
Britto a criar em novembro passado, às vésperas de se aposentar como
ministro do Supremo Tribunal Federal, o Fórum Nacional do Poder
Judiciário e Liberdade de Imprensa no Conselho Nacional de Justiça”. O
jornal elenca vários casos onde juízes censuraram publicações e tiveram
suas decisões reformadas pelos tribunais superiores. Chama a atenção o
editorial que “não contentes em determinar a supressão de informações e
de opiniões, o que já é, em si, uma violência, alguns juízes parecem
dispostos a também estabelecer os procedimentos editoriais que devem ser
seguidos pelos veículos dali em diante”. A juíza de Barras, sobre a
qual a coluna não imputou qualquer conduta, ainda se deu ao mister de
impor o que este jornalista deveria escrever. Citando ações parecidas de
magistrados de primeira instância país afora, o Estadão encerra o seu
editorial assim: “Que outra explicação pode ter casos como esses, senão o
de que há juízes com cacoete autoritário, que ignoram o que vem a ser
interesse público?”