Agressividade dos
homens está nos genes
A maior agressividade dos homens pode ser explicada pela presença de um gene
envolvido no desenvolvimento do sexo masculino e que pode promover a
agressividade e os comportamentos tipicamente masculinos resultantes da reação
luta ou fuga ao stress, sugere um estudo publicado na revista científica “BioEssays”.
Estudos anteriores têm demonstrado que o organismo responde ao stress através
da ativação das glândulas adrenais, as quais secretam as hormonas catecolaminas
na corrente sanguínea despoletando a resposta agressiva de luta e fuga. Contudo,
a maioria dos estudos realizados focaram-se no homem, não tendo em conta as
respostas diferentes entre os sexos.
“Historicamente os homens e as mulheres têm sido submetidos a pressões de
seleção diferentes, que são refletidas pelas diferenças bioquímicas e
comportamentais entre os sexos” revelou, em comunicado de imprensa, um dos
autores do estudo, Joohyung Lee. “A reação agressiva de luta ou fuga é mais
predominante nos homens, enquanto as mulheres tendem a adotar uma resposta mais
amigável”, acrescentou o investigador.
Neste estudo os investigadores do Prince Henry's Institute, na Austrália,
propõem que a diferença para este tipo de comportamento entre os sexos pode ser
devida à presença do gene SRY no cromossoma Y, o qual tem um papel importante no
controlo de um grupo de neurotransmissores conhecidos por catecolaminas.
Estudos realizados pelo coautor deste artigo, Vincent Harley, mostraram que o
SRY é um gene determinador do sexo masculino, o qual está envolvido no
desenvolvimento pré-natal dos testículos, que por sua vez secretam hormonas que
conferem a aparência masculina ao corpo em desenvolvimento.
Na ausência do gene SRY os testículos não se formam fazendo com que o feto se
desenvolva, naturalmente, num indivíduo do sexo masculino. A comunidade
científica pensava que a única função deste gene era a formação dos testículos
Contudo, estudos posteriores vieram demonstrar que a proteína SRY também se
encontra expressa no cérebro e controla o movimento dos indivíduos do sexo
masculino, via dopamina.
Para além dos testículos, a proteína SRY está presente em vários órgãos
vitais dos indivíduos do sexo masculino, nomeadamente no coração, pulmões e
cérebro, o que indica que esta proteína não está só envolvida na determinação do
sexo. De acordo com Joohyung Lee isto sugere que o efeito da SRY não está
confinado à formação dos testículos, podendo assim estar envolvida na função
cardiovascular e atividade neuronal, as quais têm um papel importante na
resposta ao stress.
Os autores do estudo propõem que talvez a proteína SRY faça com que os órgãos
masculinos respondam ao stress através do aumento da secreção de catecolaminas e
do fluxo sanguíneo para os órgãos. Segundo os autores, esta proteína poderá
ainda promover a agressão e o aumento dos movimentos que conduzem à reação, luta
e fuga. Nas mulheres, tanto o estrogénio como a ativação de opiáceos internos
que o organismo utiliza para controlar a dor, poderão ser factores que diminuem
a ocorrência de respostas agressivas.MarathaoaNews.com
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