O retrato do humano sem nenhum colorido,em preto e branco,,,,
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O instinto humano não prioriza sentimentos
como bondade, solidariedade, altruísmo entre outros. A agressividade, a
maldade, o sadismo estão presentes na humanidade em alto percentual e suas
manifestações são reprimidas pelo controle social. Cada povo, de acordo com sua
cultura, cria regras sociais para conter essas explosões de violência contra
seus iguais, castigando quem as praticam. Regras de boa conduta pessoal e
social foram criadas pelos homens para preservar ate a espécie humana em nosso
planeta, baseadas em valores morais como bem e mal.
Atualmente, observa-se a ausência do bem e
em contrapartida uma anuência com o mal, uma nacionalização da violência. Tudo é visto com
um ar de normalidade. Guerras por terras, por mares, apenas por poder, sempre
estiveram presentes na historia da humanidade. Conflitos religiosos onde
milhões morreram e continuam morrendo em nome de algum tipo de crença, fé ou
Deus. Lutas por direitos sem nunca cumprir com os deveres. Egoísmo, avareza,
soberania, preconceitos, eugenia, escravatura, assassinatos, ditaduras,
torturas, submissão física, submissão sexual, onde apenas impera o desejo do
poder absoluto. Esse é o retrato do Humano sem nenhum colorido, em preto e
branco.
As sociedades compostas por valores
éticos, religiosos e morais, trouxeram o colorido a esse retrato, quando foram
priorizados sentimentos como a bondade, a lealdade, o amor ao próximo, a
dignidade, a honestidade o respeito dentre outros criando valores e normas de
conduta social. Punições para quem não as cumpriam, causavam medo em pessoas
que desejavam transgredir essas regras. Crime e castigo, e assim era.
Atualmente, o que se observa é a
impunidade permeando todos os setores da sociedade brasileira. Rapidamente se
instalou a conduta da vantagem, da corrupção, da alienação, do descaso, do
abandono social, do egoísmo, da priorização do eu acima e em cima de qualquer
outro ser. O que antes era
qualificado como aberração hoje faz parte da rotina brasileira. Violentar
crianças, espancá-las e matá-las causam um pequeno incomodo em nossa sociedade. Roubar, matar, traficar
convivem com o dia a dia do brasileiro. Corromper, burlar, enganar está
estampado nas matérias dos noticiários diários e nada se faz para acabar com
essa vergonha política nacional. Mentir faz parte da vida do povo como o arroz
e feijão fazem parte da mesa. Esforço nenhum, mas direitos todos.
Em uma sociedade adoecida e corrompida
surge a violência familiar, a violência doméstica, a violência escolar. Com
isso a violência urbana chega sem pedir licença e assume um papel importante na
sociedade. Quem pode lutar contra? Esse comportamento deliberadamente
transgressor e agressivo aparece em nossa frente centenas e milhares de vezes
no transcorrer de uma única hora. A
violência urbana se propaga em conseqüência das condições de vida e do convívio
no espaço urbano. Sua
manifestação mais evidente é o alto índice de criminalidade, e a mais constante
é a infração dos códigos elementares de conduta civilizada.
Transgredir e agredir são objetivos da
violência urbana. A juventude se fartando de todos os tipos de drogas,
agredindo fisicamente pessoas que apresentam comportamento diferente. E os
adultos também transgressores por participação ativa ou por omissão passiva
estão também presentes. São freqüentes os comportamentos criminosos graves,
como assassinatos, linchamentos, assaltos, tráfico de drogas, tiroteios entre
quadrilhas rivais e corrupção, ataques a homossexuais, mendigos, bailes funk
permeados por drogas em plena rua, apologia ao neonazismo, além do desrespeito
sistemático às normas de conduta social estabelecidas pelos códigos legais ou
pelo costume.
Uma das causas do crescimento da violência
urbana no Brasil é a aceitação social da ruptura constante das normas jurídicas
e o desrespeito à noção de cidadania. A sociedade admite passivamente tanto a
violência dos agentes do estado contra as pessoas mais pobres quanto o
descompromisso do indivíduo com as regras de convívio. Ficam impunes o uso da
tortura pela polícia como método de investigação; a ocupação de espaços
públicos por camelôs e donos de carros; as infrações de trânsito; a
incompetência administrativa; a imperícia profissional; a negligência causadora
de acidentes e o desrespeito ao consumidor. Cidadãos
habituados a esses comportamentos encontram proteção nos poderes que deveriam
cuidar da sua punição.
Estruturalmente a diferença entre a
violência urbana brasileira e os conflitos no oriente médio esta apenas na tropicalização
da violência.
E nesse cenário, a violência esta
nacionalizada no Brasil. Duas alternativas restam aos brasileiros: conviver com essa
situação, mas consciente que vai chegar também em sua casa, atingindo também a sua família e não só a
do vizinho, ou lutar dentro da legalidade para que profundas mudanças ocorram
com o objetivo de restaurar a ordem
social.[barrasdecaranova.com]