Educação


Ufpi forma 2.500 professores que eram leigos e com 1 licenciatura

Sábado, 21 dejaneiro de 2012 as 22:06




Há uma tendência de se observar como mudança da realidade uma obra de grande dimensão, uma ponte, um estádio e uma hidrelétrica e há uma tendência de não se enxergar uma mudança profunda que está ocorrendo no Piauí, algo inédito, que é a formação pela Ufpi (Universidade Federal do Piauí) de 2.500 professores da educação básica do interior do Estado, professores leigos que dão aulas para estudantes que moram nos povoados da zona rural dos municípios do interior piauiense, além de oferecer a segunda licenciatura..
A formação de professores da educação básica é feita por Cursos Presenciais do Parfor (Plano Nacional de Formação de Formação), desenvolvidos pela Universidade Federal do Piauí, em parceria com a Secretaria Estadual de Educação.
A formação de professores, em massa, tem grande repercussão no aumento da qualidade de ensino, na definição do desenvolvimento sustentável do Piauí, baseado na educação.
É uma ação que não só muda o Piauí como cria a expectativa de um novo futuro, de bum melhor futuro para o Piauí.
Há na execução do Parfor a junção do espírito de empreendedorismo do reitor da Universidade Federal do Piauí, professor Luiz de Sousa Santos Júnior, e do governador Wilson Martins (PSB), que defendem que sem arrojo e ambição sadia não ocorrerão mudanças.
“Na extensão, antes a Universidade Federal do Piauí tinha um público-alvo de 20 mil pessoas por ano e hoje é de 120 mil pessoas por ano. Nós estamos nas entranhas do Piauí. É determinação que a Ufpi participe de todos os editais, queremos entrar nas comunidades mais distantes e mais carentes”, falou o reitor Luiz Santos Júnior.
Ele diz que o sucesso do Parfor salta aos olhos porque qualifica os professores leigos da zona rural dos municípios do interior do Piauí. “Nós estamos atuando em dois municípios – Jaicós e Oeiras. O Parfor já tem mais dando de 2 mil alunos. A nossa universidade tinha até 2004, na década perdida, nós só tínhamos 2 mil alunos e hoje hoje nós passamos de 30 mil estudantes em nossa universidade porque nós juntamos alunos presenciais e o ensino técnico, tecnológico, superior de terceiro, quarto e quinto graus, ensino à distância, programas temporários como o Parfor e Pró-Campo. Com eles, nós passamos dos 30 mil estudantes. Essa é a revolução que nós estamos promovendo e mostrando à sociedade piauiense que devemos continuar dessa forma”, declarou o reitor Luiz Santos Júnior.
Na manhã da última quarta-feira, no Espaço Cultural Noé Mendes, foram abertas as atividades acadêmicas do quarto período dos Cursos Presenciais do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor), desenvolvidos na Universidade Federal do Piauí.
A solenidade teve a presença de estudantes, professores e coordenadores do Parfor; do ´pró-reitor de Orçamento e Planejamento, professor Arimateia Lopes, da coordenadora geral do Parfor, Glória Ferro; da professora Ana Maria Almeida, da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), e dos integrantes do Coral da Ufpi e do Grupo de Dança.
O Parfor é integrado à política do MEC (Ministério da Educação), em parceria com as secretarias de educação dos estados e municípios e as instituições públicas de ensino superior, que objetiva ministrar cursos superiores gratuitos e de qualidade a professores em exercício nas escolas públicas sem a formação exigida pela Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional, de dezembro de 1996.
"Sabemos que a formação do professor está diretamente associada com a melhoria da qualidade do ensino básico no país. E o Parfor oferece a oportunidade para a qualificação dos professores. Ensinar melhor fará a diferença para os jovens do nosso Estado", ressaltou a professora Glória Ferro, coordenadora geral do Parfor.
No Piauí, o Parfor é articulado pela Secretaria Estadual de Educação, em convênio com a Ufpi, com a Uespi (Universidade Estadual do Piauí) e as Secretarias Municipais de Educação.
"Acreditamos na importância de uma boa formação dos professores na melhoria da Educação Básica. Por isso, a Seduc apoia e incentiva os professores que fazem cursos do Parfor. É intenção do Governo, por exemplo, instituir uma bolsa para os professores. Falta diagnosticarmos a quantidade de professores e fazer uma previsão no orçamento", disse Ana Maria Almeida.
A Ufpi foi a primeira instituição do país a aderir ao programa que vem crescendo a cada ano, desde sua implantação em 2010. Inicialmente foram ofertados sete cursos de 1ª e de 2ª licenciatura nas cidades de Teresina, Parnaíba e Picos para 312 professores matriculados. No segundo semestre de 2010, os matriculados somavam 562 professores e foram criados mais quatro cursos novos. O programa foi também levado aos municípios de Batalha e Floriano. Já em 2011, 348 professores ingressaram no PARFOR. E em 2012, cerca de 600 professores estão matriculados. "Estamos alcançando quase 2000 professores em todas as cidades atendidas pelo PARFOR. São 13 cursos e 68 turmas no geral, sendo 36 apenas em Teresina", falou Glória Ferro.
O crescimento do Parfor na Ufpi é resultado de uma gestão comprometida e que acredita no projeto.
"O Parfor é o maior programa de qualificação de professores desenvolvidos na Ufpi. Nós da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação nos orgulhamos bastante do programa e nos empenhamos em oferecer as melhores condições para o desenvolvimento das atividades acadêmicas e oferecer cursos de qualidade aos professores matriculados", disse a professora Regina Ferraz, pró-reitora de Ensino de Graduação da Universidade Federal do Piauí.
O professor Arimateia Lopes, pró-reitor de Planejamento e Orçamento da Universidade Federal ao Piauí, disse o crescimento se gá principalmente nos últimos sete anos da atual gestão.
"O orçamento geral da Ufpi saiu de R$ 170 milhões, em 2004, para mais de R$ 430 milhões, em 2012. Os cursos de mestrado aumentaram - tínhamos nove e hoje temos 31. O número de vagas para ingresso saltou de 2.345, em 2004, para 5.954 vagas, em 2012. Em breve o Piauí estará recebendo o Hospital Universitário, com equipamentos de última geração e corpo profissional qualificado para o atendimento em média e alta complexidade", afirmou o professor Arimateia Loipes.
Motivação pessoal e vontade de fazer a diferença em suas salas de aulas com uma melhor formação levaram as professoras Gilsilene Machado e Natália Nascimento, de Cabeceiras e Nossa Senhora dos Remédios, respectivamente, a se inscreverem nos cursos de segunda licenciatura do Parfor.
Ambas guardam expectativas positivas para as aulas.
Gilsilene Machado é formada em geografia pela Uespi, porém ministra aulas de inglês e português, além de geografia.
"Vou fazer a licenciatura em inglês para melhorar a minha prática em sala de aula, mas também porque pretendo no futuro concorrer a um mestrado. Com uma formação a mais eu também tenho mais opções na hora de fazer concurso público. Atualmente, sou professora substituta", declarou.
Natália Nascimento, também formada em geografia pela Uespi, fará a segunda licenciatura em história, disciplina que ministra aula em Nossa Senhora dos Remédios. "Como trabalho em um município pequeno a carência de professores em algumas áreas é grande. É por isso que apesar de ser formada em geografia ministro outras disciplinas", falou..
A professora Tânia Maria Vieira de Carvalho, aluna do Bloco IV do Curso de 2ª Licenciatura em Artes Visuais, em Teresina, é um dos exemplos de sucesso do Parfor.
Ela desenvolveu o projeto "Nas asas do Gonzagão vou descobrindo o Sertão" com o objetivo de trabalhar pintura, música, matemática, leitura, canto e dança e difundir a cultura nordestina. "Trabalhamos as atividades versando o tema do sertão nas obras de Luiz Gonzaga e relacionando com os conteúdos curriculares da escola", explica Tânia Vieira. O projeto foi desenvolvido com cerca de 104 alunos, com idade entre 8 e 13 anos.[www.barrasdecaranova.com]

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